Madam C. J. Walker (nascida Sarah Breedlove; 23 de dezembro de 1867 – 25 de maio de 1919) foi uma empreendedora americana, filantropa e ativista política e social. Ela é registrada como a primeira mulher que se tornou milionária nos Estados Unidos no Guinness Book of World Records. Várias fontes mencionam que, embora outras mulheres possam ter sido as primeiras, sua riqueza não é tão bem documentada. Walker fez sua fortuna desenvolvendo e comercializando uma linha de cosméticos e produtos para cabelos para mulheres negras através do negócio que ela fundou, Madam C. J. Walker Manufacturing Company.
Ficou conhecida também, por sua filantropia e ativismo, fez doações financeiras para inúmeras organizações e tornou-se patrona das artes. Villa Lewaro, a luxuosa propriedade de Walker em Irvington, Nova Iorque, serviu como local de encontro social para a comunidade afro-americana.
Na época de sua morte, era considerada a empresária afro-americana mais rica da América. Seu nome veio como resultado de seu terceiro marido, Charles Joseph Walker, que morreu em 1926.
Achou incrível o começo dessa história? E se eu te contar que ela virou uma série na Netflix contando a vida dessa Mulher que se transformou no final de 1880?
Segue, uma das melhores críticas que lemos sobre essa série, junto com a entrevista de sua bisneta para o Estadão:
A minissérie de quatro episódios retrata a dificuldade que sentia com o próprio cabelo, sendo assim, Walker teve a ideia de criar produtos especializados para cabelos afro. Na série, ela será interpretada por Octavia Spencer, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel em Histórias Cruzadas, de 2011.
Trajetória de Madam C.J. Walker:
– Nasceu numa fazenda de algodão na Luisiana, foi a primeira dos 5 filhos a nascer livre, pois seus pais eram escravos.
– Ficou órfã aos 7 anos e acabou indo morar com a irmã mais velha e o cunhado no Mississípi, trabalhando como empregada doméstica.
– Se casou a primeira vez aos 14 anos, para sair de um ambiente opressivo.
– Teve sua única filha aos 18 anos e ficou viúva aos 20.
– Mudou para o Missouri após ter se separado de seu segundo casamento e trabalhou como lavadeira para sustentar sua filha, ganhando US$ 1,50 por dia.
– Em 1906, conheceu o vendedor de anúncios, Charles Joseph Walker com quem acabou se casando e adotando o nome pelo qual ficou conhecida.
Lançamento dos produtos :
– No Missouri teve graves problemas no couro cabeludo por conta de alergia dos sabonetes que utilizava.
– Conheceu Annie Malone, empresária negra do ramo de produtos de cabelo e dona da empresa Poro Company, para quem começou a trabalhar como vendedora.
– Lançou seus primeiros produtos perto do seu casamento e partiu do seu marido a ideia de alterar o nome.
– Era o comercial e o mkt da sua própria empresa, vendia de porta em porta e ensinava as mulheres como usar os produtos.
– Em 1910 transferiu as operações do negócio para Indianápolis e dava treinamento ao seu “exército” de vendedores.
– Em 1917, no auge das atividades, teria treinado mais de 20 mil mulheres.
Legado:
– Ativista contra o racismo.
– Com ações de filantropia estão: doações para bolsas de estudos e moradia para idosos, e apoio a instituições focadas em melhorar as vidas dos negros.
– Mesmo após sua morte, em 1919 aos 51 anos e com uma fortuna estimada em US$ 8 milhões (valores corrigidos para a atualidade), continua a contribuir com diferentes causas.
– A mansão que construiu em Irvington, Nova York, vai ser transformada em um local de apoio a iniciativas de mulheres negras que querem empreender.
A empresa de cosméticos, por sua vez, encerrou as atividades em 1981, mas até hoje é lembrada e homenageada em novas linhas de produtos, como a Madam C.J. Walker Beauty Culture, da rede Sephora.
https://www.sephora.com/brand/madam-cj-walker-beauty-culture
Vale a pena dar uma olhadinha nessa série…. cada vez que lemos uma sobre sua trajetória, comparamos com a atualidade e os paradigmas de que muita coisa continua tendo suas dificuldades para a maioria das mulheres.
Por mais que nos dias de hoje temos muitas empresas que pertencem a mulheres e tantas CEOs, em contrapartida sabemos que é um fato que ainda não há um tratamento igualitário.
Empresas com liderança feminina têm um melhor desempenho do que organizações que não possuem mulheres no comando; e apenas 3% dos fundos de capital de risco vão para startups com poderio feminino.
Uma reflexão nesses tempos de mudanças forçadas é uma possível diferença para o nosso futuro que precisa ser de outra maneira.